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Opinião

                   CARLOS EDUARDO GOUVÊA

                   Presidente executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial
                   (CBDL) e presidente executivo da Aliança Latino-americana para o
                   Desenvolvimento do Diagnóstico in Vitro (Aladdiv).
                    cegouvea@gmail.com

                                       COVID-19: estávamos preparados?


         Em  tempos  de  Internet  das  Coisas  (“IoT  –   Sanitária  logo  no  início  de  março,  indicando  que   os mercados público e privado, cooperando assim
       Internet  of  Things”)  e  “Saúde  4.0”,  dentre  tantos   a legislação vigente (Resolução RDC 36/2015) até   inclusive com a ANVISA (vigilância pós-mercado),
       avanços tecnológicos alcançados, era de se esperar   então para o registro de diagnóstico in vitro não   INCQS/Fiocruz e Ministério da Saúde. Traz dados
       que  o  segmento  de  saúde  estivesse  muito  mais   aprovaria  boa  parte  dos  produtos  que  estavam   relevantes para os próprios fabricantes, dentro de
       preparado  para  lidar  com  desafios  como  uma   em  desenvolvimento  até  mesmo  por  conta  de   um processo de melhoria contínua, além de suprir
       pandemia...                                documentos  ou  estudos  incompletos.  Assim,   os  mercados  com  informações  sobre  a  melhor
         Mortes,  quarentena,  interrupção  da  atividade   sensível a esta questão, as gerências responsáveis   utilização de cada kit, em termos de performance.
       econômica  e  até  “lockdown”  são  palavras  que   por registro e inspeções da ANVISA fizeram uma   TREINAMENTO
       passaram a fazer parte do nosso cotidiano, dando   proposta à Diretoria Colegiada para flexibilizar o   Além das informações sobre o coronavírus, seus
       a impressão que o “fim do mundo” está tão perto   processo,  sem  descuidar  da  atenção  e  segurança   achados e publicações, no site acima mencionado,
       que,  ao  que  tudo  indica,  de  fato  não  estávamos   do paciente.                  buscamos  compartilhar  dados  e  conhecimentos,
       preparados!                                   As  Resoluções  RDC  346  e  348/2020  vieram    além, claro de treinamentos voltados inclusive para
         Porém,  esta  análise  simplista  pode  ser  usada   permitir  esta  agilidade  vital  para  garantir  o   a testagem em farmácias – o que foi incorporado
       de forma ampla e geral? Entendo que não. E para   acesso  a  mais  de  115  produtos  registrados   ao  processo  de  testagem  ampliada  a  pedido  do
       reforçar esta minha tese, gostaria de compartilhar   até  o  momento  (dentre    mais  de  300  petições   Ministério da Saúde e aprovado pela ANVISA.
       um pouco a experiência da área de Diagnóstico!  submetidas),  na  mais  diferentes  tecnologias:   Haverá  treinamentos  disponibilizados  pelas
         Desde o início, a CBDL – Câmara Brasileira de   testes  rápidos  imunocromatográficos,  ELISA,   empresas  fabricantes  ou  importadoras  e  até
       Diagnóstico  Laboratorial,  entidade  representativa   quimioluminescência,  biologia  molecular  (PCR   mesmo  do  Ministério  da  Saúde  e  Universidade
       do setor  de diagnóstico in vitro, tem se movimentado   TR), dentre tantas outras.     Federal do Rio Grande do Norte, neste caso para
       para entender o que estava ocorrendo e assim, agir   Tais  produtos,  se  aprovados  no  modelo   os testes adquiridos pelo governo federal para uso
       de forma proativa e cooperativa com os principais   flexibilizado,  terão  um  registro  de  1  ano  perante   em profissionais de saúde e programas de saúde
       “stakeholders”  a  fim  de  buscar  a  necessária   a ANVISA, que poderá ser estendido para 10 anos   pública.
       agilidade para lidar com uma pandemia de grandes   desde  que  se  complementem  os  estudos  com   EPIDEMIOLOGIA
       proporções como a que ora vivemos.         dados da vida real (como estudo de estabilidade,   Por fim, o último desafio é de fato unir todos
         Assim,  considerando  os  pilares  básicos:   por exemplo).                          os  elos  para  que  as  informações  geradas  por
       ACESSO,   QUALIDADE,   TREINAMENTO     e      QUALIDADE                                hospitais,  laboratórios,  farmácias  e  empresas
       EPIDEMIOLOGIA,  conseguimos  mostrar  sim  que   A qualidade dos kits, por sua vez, está sendo   (que  podem  testar  desde  que  vinculadas  a
       o Setor pode rapidamente se preparar para lidar   monitorada por um projeto de iniciativa da CBDL   um  laboratório),  sejam  elas  reagentes  ou  não
       com grandes desafios.                      com  SBAC  –  Sociedade  Brasileira  de  Análises   reagentes,  sejam    compartilhadas  em  uma  única
         ACESSO                                   Clínicas,  SBPC/ML  –  Sociedade  Brasileira  de   base,  que  poderá  nos  dar  a  real  prevalência  do
         O  primeiro  desafio  a  ser  encarado  era   Patologia  Clínica  e  Medicina  Laboratorial  e   coronavírus em nosso território, a velocidade de
       como  permitir  termos  acesso  às  inovações  que   ABRAMED  –  Associação  Brasileira  de  Medicina   infecção e, principalmente, os principais focos de
       estavam  sendo  desenvolvidas  à  medida  em  que   Diagnóstica,  em  cooperação  com  8  laboratórios   atenção  para  os  programas  de  saúde  pública.  O
       descobríamos mais a respeito da doença, até então   participantes  que  têm  acesso  a  amostras  de   conhecimento da doença e a informação sobre o seu
       desconhecida, sem gerarmos riscos desconhecidos   pacientes hospitalizados e bem caracterizados. Os   comportamento demonstram quão importante é o
       para a população.                          detalhes podem ser vistos no sítio eletrônico www.  diagnóstico como grande ferramenta à disposição
         Neste  sentido,  a  CBDL  promoveu  discussões   testecovid19.org.                   da população e das autoridades!  O fato é que sem
       com  a  ANVISA  –  Agência  Nacional  de  Vigilância   Esta iniciativa pioneira traz uma referência para   diagnóstico, somos todos cegos!

          SindHosp
                       Nova diretoria do SindHosp assume com propósito

                       de implantar novo modelo de sindicalismo no país



          Desenvolver  e  implantar  o  sindicalismo                                          Maior representatividade e empoderamento
       associativo,  unindo  a  experiência  sindical  de                                       Para  Balestrin,  a  nova  diretoria  irá
       82 anos do SindHosp - Sindicato dos Hospitais,                                         implementar  as  mudanças  necessárias  com
       Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo                                         planejamento, no tempo adequado, buscando a
       com o formato de relacionamento das entidades                                          adesão dos estabelecimentos de saúde e criando
       associativas da área da saúde. Esse é o objetivo                                       um  sentimento  de  pertencimento.  “Faremos
       da nova diretoria do SindHosp, maior sindicato                                         isso  dentro  de  uma  visão  contemporânea  de
       patronal da área da saúde da América Latina, que                                       sindicalismo  associativo.  Percebemos  que
       assumiu em 1º de junho, para o triênio 2020-                                           chegamos  até  aqui  com  sucesso,  mas  temos
       2023,  com  a  presidência  do  médico  Francisco                                      oportunidade  de  fazer  mais  pelo  nosso  setor.
       Balestrin.  O  Sindicato  representa  atualmente                                       Teremos mais serviços, produtos e oportunidades
       50 mil serviços de saúde e negocia os dissídios   Francisco Balestrin, novo presidentre do SindHosp  para  oferecer,  pois  vamos  atuar  com  o  mundo
       coletivos  com  50  sindicatos  de  trabalhadores                                      sindical e o associativo ao mesmo tempo e, dessa
       incluindo o de empregados na saúde, médicos e   é  transformar  a  entidade  em  um  benchmark   forma,  dar  aos  empresários  e  gestores  maior
       enfermeiros.                               na  área  de  representatividade  institucional.   representatividade  e  um  real  empoderamento.
          Francisco  Balestrin  traz  na  bagagem   “Creio que o sindicalismo vive um momento de   Queremos  que  o  SindHosp  seja  uma  entidade
       experiências   como   presidente   da   IHF-  transformação,  após  a  mudança  da  legislação   ainda mais importante para o mercado, que seja
       International  Hospital  Federation;  da  Anahp-  trabalhista,  em  2017.  Vamos  nos  reinventar   referência para a sociedade paulista, brasileira e
       Associação Nacional de Hospitais Privados e do   e  tentar  ser  um  exemplo  de  sindicalismo   para as autoridades do setor”, destaca Balestrin.
       CBEXs-Conselho  de  Administração  do  Colégio   associativo  para  todo  o  país.  E  quando  falo   O  médico  Yussif  Ali  Mere  Jr  deixa  a
       Brasileiro  de  Executivos  da  Saúde.  Participa   isso,  falo  em  fazermos  mais.  Desempenhar  as   presidência do SindHosp, mas continua na
       ainda  do  COMSAÚDE-Comitê  da  Cadeia     atividades  sindicais  como  o  SindHosp  sempre   presidência da FEHOESP - Federação dos
       Produtiva da Saúde e Biotecnologia da FIESP.  fez e trazer novas iniciativas, hoje desenvolvidas   Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de
          Para o novo presidente do SindHosp, a ideia   pelas associações”, destaca.          São Paulo e integra também a nova diretoria.
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